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Roça barroca:
mundos torrentes

DENNIS RADÜNZ
200 páginas, 2021
 
ISBN 978-65-990667-7-1
Apresentação
de Celia Pedrosa

Prefácio
de Susana Scramim

Desenhos
de Francisco Faria

Dennis Radünz (Blumenau, 1971) vive na Ilha de Santa Catarina. Publicou os livros de poemas "Exeus" (Editora da UFSC, 1996, em 2a. edição: Ed. Letras Contemporâneas / Editora da UFSC, 1998), "Livro de Mercúrio" (Letradágua, 2001), "Extraviário" (Letradágua, 2006), "Ossama: último livro" (Letras Contemporâneas / Editora da Casa, 2016, em 2a. edição: Letras Contemporâneas / Livros & Livros, 2018) e "Sonívia" (Oficina Tipográfica Papel do Mato, 2020) e a antologia das crônicas publicadas semanalmente no jornal Diário Catarinense, "Cidades marinhas: solidões moradas" (Ed. Lábias, 2009). Mestre em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina, Dennis ministra cursos de literatura e escrita, com atividades (desde 2014) no Acre, Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Tocantins. É diretor da Editora Nave.       

Prêmio Catarinense de Literatura 2021 -  Ensaio
concedido pela Academia Catarinense de Letras

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Apresentação do livro "Roça barroca: mundos torrentes":  

           Celia Pedrosa

 

    Nesse intenso e belo ensaio, Dennis Radünz nos oferece uma experiência de escrita constituída como um movimento que incorpora aquele mesmo que busca identificar na poética de Josely Vianna Baptista e nomeia através da imagem dos “mundos torrentes”. O movimento desses mundos e entre esses mundos, sem deixar de remeter a livros e práticas anteriores da poeta, é acompanhado em especial em seu último livro, Roça Barroca (2011). A partir dele e com ele, o ensaio transita entre mitologia guarani e cultura neobarroca, relacionando criação e tradução e solicitando para isso tanto noções da antropologia e da filosofia quanto figuras de linguagem. 

  Assim, paronomásias e assonâncias, paralaxes e justaposições são percebidas como componentes de uma trama sonora e sintática que, em variação contínua, produz dobras e desdobramentos na paisagem apreendida visualmente. E a transforma em encenação de um teatro vegetal onde ressoam diferentes vozes, reativando a força de um “Eros relacionável”, conforme a emblemática imagem cunhada pelo escritor cubano Lezama Lima, cuja obra máxima, Paradiso, Josely já traduziu duas vezes.   

     Na articulação dessas vozes, revela-se a roça barroca como um “canteiro de temporalidades convulsas”, onde convivem e se suplementam, através de imagens diafóricas, a ceifa e a germinação, a ruína e a relíquia. Desse modo, como nos poemas de Josely, a escrita de Dennis procede a uma atualização do passado mítico e histórico, contribuindo para incitar um pensamento que consiga fazer brotar de mundos danificados a promessa de outros mundos-paraísos por vir.

  

             

      

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