Contra o cânone, de Andrea Giunta
O livro Contra o cânone: arte contemporânea em um mundo sem centro (236 páginas), da pesquisadora argentina Andrea Giunta, é um estudo aprofundado sobre o impacto da arte não-ocidental sobre culturas centrais, propondo uma perspectiva comparativa contra o relato canônico da arte moderna que tem por centro a história da arte euro-norte-americana. Sua hipótese é a de que a Segunda Guerra forçou o descentramento. Distante dos modelos teóricos de modernização ou transculturação – as “ideias fora de lugar”, a “modernidade periférica”, as “culturas híbridas” –, a autora retoma o conceito de “zonas de contato” (Mary Louise Pratt) e propõe a ideia de vanguardas simultâneas. Assim, contra os vocabulários do centro, a arte é tomada em seus próprios contextos – Antropofagia, Muralismo, Martin Fierro, Arte Concreta-Invenção, Madi, Perceptismo, Frente, Neoconcretismo –, relacionando uma constelação de artistas como Xul Solar, Torres-García, Joan Miró, Lygia Clark, Helio Oiticica, Antonio Berni e Godard, ou analisando as relações entre abstracionismo brasileiro e a artista paquistanesa Nasreen Mohamedi. Com tradução de Eleonora Frenkel e prefácio de Raul Antelo, Contra o cânone é a edição brasileira do livro lançado na Argentina em 2020, um livro que debate arte contemporânea de um mundo sem centro em novos horizontes culturais compartilhados.
Contra o cânone: arte contemporânea em um mundo sem centro
236 páginas
16 x 23cmColeção Translação
Coordenação e edição: DENNIS RADÜNZ
Tradução: ELEONORA FRENKEL
Prefácio: RAUL ANTELO
Capa: PATRÍCIA GALELLI
Projeto gráfico: AYRTON CRUZANDREA GIUNTA é escritora, professora e curadora. Concluiu seu doutorado na Universidade de Buenos Aires, onde é professora de Arte Latino-Americana e de Arte Moderna e Contemporânea. É pesquisadora principal do CONICET (Consejo Nacional de Investi - gaciones Científicas y Técnicas) e foi codiretora fun - dadora do Centro de Estudos Visuais Latino-Ameri - canos (2009-2013) da Universidade do Texas em Austin. Recebeu as bolsas John Simon Guggenheim (2001), Harrington / Universidade do Texas em Austin (2007), Pós-doutoral da Fundação Getty (2001) e Sênior Rockefeller (1991). Foi convidada como Tinker Visiting Professor na Universidade de Columbia, Nova Iorque (2017), e na Humboldt Universität, Ber - lim (2021). É autora de numerosos livros sobre arte latino-americana e internacional, entre os quais Re - thinking Everything (delpire&co, 2021), Contra el ca - non. El arte contemporáneo en un mundo sin centro (Siglo XXI, 2020), Feminismo y arte latinoamericano. Historias de artistas que emanciparon el cuerpo (Si - glo XXI, 2018, e University of California Press, 2023); El Guernica de Picasso. El poder de la representación. Europa, Estados Unidos y América latina (Biblos, 2009); Avant-garde, Internationalism and Politics. Argentine Art in the Sixties (Duke University Press, 2007). Cura - dora da polêmica exposição León Ferrari. Retrospec - tiva, 1954-2004, no Centro Cultural Recoleta, Buenos Aires, e na Pinacoteca de São Paulo (2004-2005), e cocuradora de Radical Women. Latin American Art, 1960-1985 (Hammer Museum, Los Angeles, Brooklyn Museum, Nova Iorque, e Pinacoteca de São Paulo) e Verboamérica (MALBA, 2016). Curadora-chefe da 12 a Bienal do Mercosul – Feminin(o)s. Visualidades, ações e afetos, Porto Alegre (2020), e da exposição Puisqu’il fallait tout repenser, Espace Van Gogh, Arles (2021).